Max Petterson

O Ceará em Paris

Max Petterson, natural do Crato, no coração do Cariri cearense, é hoje um nome reconhecido não apenas no Brasil, mas em diversas partes do mundo, graças à sua capacidade de transformar suas vivências em comédia que conecta e inspira. Max, criado em Farias Brito, foi uma criança que demorou para ver o mar, tendo seu primeiro contato em Fortaleza, aos 10 anos. No entanto, foi em Paris que sua identidade cearense floresceu de forma plena. “Então, eu fui realmente conhecer Fortaleza e me identificar com a cidade depois que já estava envolvido com Paris, que foi quando tive condições e mais tempo para vir e aproveitar o que a cidade tem a oferecer”, comenta Max.

O humorista reflete sobre como a experiência de morar fora o fez entender sua identidade cearense: “Quando cheguei na Europa, eu me vi em uma cultura totalmente diferente da minha e realmente entendi quem eu era e qual o papel que eu tinha na sociedade como pessoa. E foi aí que aprendi a valorizar o poder cultural que a gente tem, e viajando pelo Brasil, percebi o quanto é rica e importante a nossa cultura. E hoje eu falo: Eu fui me tornar cearense fora do Ceará”, afirma ele. O início da jornada artística de Max não foi convencional. Ele revela que, no começo, sonhava em ser cantor, uma paixão alimentada pela forte veia artística de sua família. Porém, foi no teatro, incentivado por um projeto social em sua cidade natal, que Max encontrou sua verdadeira vocação. “Posso dizer com toda certeza que fui mordi-
do pelo bichinho do teatro, e foi a partir daí que nunca parei. Um projeto foi emendado no outro, e estou aqui firme e forte. Hoje sou esse Max Petterson”, relembra.

Hoje, Max Petterson é conhecido por sua habilidade única de retratar, com humor
e sensibilidade, as nuances da experiência de mudar para a França. Um dos seus vídeos mais viralizados foi “Cearense em Paris”, que destacou o estilo irreverente de Max, marcado por um forte sotaque nordestino e uma ironia sagaz.

Ele aborda as diferenças culturais de maneira cômica, mostrando os contrastes entre o calor humano e a descontração típicos do Ceará e a formalidade e o distanciamento dos parisienses. Com um
estilo bem-humorado, ele brinca com os
choques culturais, como a comida, o clima,
os hábitos cotidianos e a maneira como os franceses interagem entre si e com os estrangeiros.

“O cearense é um povo acolhedor, hospitaleiro. Nosso estado tem um histórico de coisas boas e difíceis, e isso faz com que o nosso povo saiba fazer do limão uma limonada, ou seja, tirando riso das situações mais inusitadas”, explica Max.

Apesar de estar fisicamente distante do Ceará, Max carrega sua terra natal em seus projetos. “A gente acaba fazendo e olhando esses pequenos detalhes que nos preenchem e fazem ser o que a gente é. Acho muito importante lembrar quem somos e de onde viemos”, complementa o humorista. Ele se
orgulha de disseminar a cultura cearense de maneira natural e autêntica, algo que considera essencial para manter um conteúdo relevante e que gere identificação.

Para Max, o importante é trabalhar e criar com paixão: “Isso é o mais importante. Acho que nenhuma profissão é garantia de sucesso, riqueza ou dinheiro, então, faça porque você gosta.” O vital para o artista é ter a certeza de que está realizado pessoalmente com aquilo que está entregando. “No final de tudo, você vai ter o prazer de chegar em casa, deitar na cama e dizer: Hoje estou realizado porque fiz o que queria fazer. O resto vem. Toda plantação tem o período do plantio e da colheita. Plante pensando que vai ser algo realizador”, completa o humorista. É essa mentalidade de paixão e autenticidade que continua a guiar Max em sua carreira, tornando-o não apenas um humorista de sucesso, mas um verdadeiro orgulho cultural, ocupando espaços que são mais difíceis para nordestinos.

Retratar a rotina, que para muitos brasileiros é atribulada e corrida, de uma maneira leve e risonha motiva e inspira, pelo humor, o contato do público com Max. Algumas inspirações de carreiras são pontuadas pelo ator e humorista: “Eu me inspiro muito no Whindersson Nunes por ele ter chegado aonde chegou, fazendo o que gosta de fazer. É muito inspirador ver pessoas que tiveram uma realidade parecida com a sua e você ter essa identificação cultural com elas, e ver que elas conseguiram chegar a lugares inalcançáveis.” A percepção de que cada história é única é carregada pelo artista ao longo de seu crescimento profissional.

Max Petterson é a prova de que, mesmo longe de casa, é possível manter-se fiel às suas raízes. Do Crato para Paris, é importante ver como o humorista leva a cultura cearense em sua transformação artística. Com sua autenticidade, ele continua a inspirar e conectar pessoas de diferentes lugares. “Ser cearense é ser tudo o que eu sou. Vivo muitos anos fora, e, para mim, estar no Ceará, ter contato com as pessoas daqui, é recarregar minhas energias”, finaliza Petterson.

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